A campaínha tocou. Arrumei as canetas, coloquei os cadernos de novo na pasta e saí. Com a mala à tiracolo, pasta beije na mão e óculos de sol, comecei a descer a rua, em direcção à estação. Estava na hora de regressar a casa. Mais um dia de aulas!
Passadas largas, velocidade constante, um calor imenso, ...
Primeira paragem: "Boa tarde! Uma imperial, por favor. Obrigada.". Voltei a sair. Já de novo a caminho, o telemóvel tocou. Olhei para o relógio, que o avô me tinha oferecido - com aquela bracelete feita em cabedal castanho, maleável e "Oh não! A Maria.". Apertei a pasta contra o peito e acelerei o passo, cada vez mais. Tinha mesmo que estar no parque o mais rápido possível.
O comboio nunca mais passava. Acendi um cigarro. Depois outro. Depois outro, outro e outro. Finalmente chegou. Estava, literalmente, a desesperar. Entrei. Pousei as trouxas que trazia comigo, sentei-me, coloquei os phones nos ouvidos e mandei uma mensagem à Maria: "Acabei de ser desviada. Desculpa-me. Adoro-te!".
Foram 25 minutos, apenas. Dois locais. Uma viagem. Uma história!