manhã de outono

São 7:15h e o despertador toca. Levanto o braço e carrego no botão maior. Passam 15 minutos e volta a tocar. Passam outros quinze (...) e depois mais quinze e quinze e quinze. Agora já são 8:15h e estou atrasada. Ouço alguém dizer-me que já são horas de estar acordada. Salto da cama e corro para a casa de banho. Ouço a água cair do chuveiro e sinto-me nas núvens. Cheira-me a pêssego. Cheira-me ... a mel e amêndoas e cheira-me também a água. Água tratada, quente a cair sobre mim. Sigo em direcção ao espelho e agora sim, estou pronta! Podemos sair, mãe.

eu amo-te

(...)
- e destas? qual é a mais bonita?
- a rosa.
- toma, é para ti.

- oh! obrigada. é linda.
- não tanto como tu.
- mas olha, eu tinha apontado para a rosa.
- sim, eu sei mas a beleza é relativa aos olhos de quem a vê e, para mim, tu és a flor mais linda que alguma vez vi.
- eu amo-te!

(...)

automatic

Quero estar numa selva. O chão é escuro e tem terra mas os meus pés estão a adorar correr sobre ele. O céu laranja contrasta de uma maneira fascinante com o verde das folhas das árvores e há imensa sombra. Eu sei que estou a sonhar mas não quero acordar. Quando olho para aquele fundo, ali, parece mesmo que algo vai aparecer mas eu só ouço os pássaros cantar e a água da cascata cair sobre as rochas. Sinto-me no paraíso e quero estar aqui para sempre. Sózinha, mesmo sem ninguém. Estou nua e há uma brisa leve, suave, talvez um pouco quente que me envolve como se fosse composta por mil cores. Ah, acabou de passar por mim uma borboleta colorida. Fúshia, laranja, amarelo, turquesa, violeta, ... Era linda e livre. Agora quero sentir na pele a água que está ali a cair. Sentir cada gotícula escorrer uma atrás da outra por todo o meu corpo. A cascata é perfeita e, aqui, onde estou cheira imenso a fresco.
Catarina Campos

não entendo

Não nos falamos.
Pensas que não me importo mas sinto tanto a tua falta

sim, eu sei que podia

hoje, sim hoje (...) podia ligar-te a todas as horas para te dizer que cada vez tenho mais saudades tuas, mais saudades de estar contigo, mas não o faço. não o faço porque prefiro pensar que também as tens e que um dia vamos voltar a ter todo o tempo do mundo para as matar.
p
odia também aparecer aí em casa e arrancar-te a roupa do corpo, cheia de vontade, sem te dar tempo de suspirares sequer. mas mais uma vez, prefiro ficar aqui, na cama, a pensar que estás aí a desejar-me tal como eu te desejo. que estás aí a imaginar como seria se cada curva do meu corpo quente se tocasse no teu!
podia fazer tudo e mais alguma coisa mas prefiro continuar aqui, à tua espera. à espera que caias na real. à espera que percebas que me desejas tanto como eu te desejo, a ti ♥

Porto, meu rico Porto

De Serralves para a Baixa (...) fizemos o passeio das cinco pontes e ficamos fascinados porque aquilo é cada vez mais lindo. Estou farta de lá ir e sempre que volto chego à conclusão de que cada vez estou mais apaixonada!
fotografia por Catarina Maçuca nos jardins do Palácio de Cristal
Mesmo à noitinha, finalmente, fomos para o TNSJ. Foi maravilhoso o bailado Inferno de Olga Roriz.

face of the brand

Sensualidade no seu auge.






o guarda da praia

ontem comecei a ler um livro que já tenho há cerca de 6 anos :$
eram quase 3h da manhã e já estava fascinada com o mundo de Dunas. comecei a lê-lo ontem e passado uma horita e tal já tinha lido mais de metade do livro. gosto mesmo! hoje acabo :D
fiquei muito triste quando, hoje, depois de almoçar, soube que a gaivota velhinha do Dunas acabou por morrer :(

(...)
- Morreu..
- Hã? Quem?
- A minha gaivota...
Então era isso...
- Como foi?
- Ia dar-lhe comida, mas ela não conseguiu... Nem me reconheceu.
Foi nesse momento que reparei no penso, certamente feito pela avó, que ele tinha no braço esquerdo. Riu-se.
- Está visto que tu vês mal. Foi o cão.
- O amarelo?
- Chegou-se perto de mais, para roubar o peixe que eu levava...
Peguei-lhe no braço e fiz-lhe uma festa demorada. Depois senti o coração descompassado ao pensar que o cão, vadio, não devia estar vacinado (nem o Dunas...). Lendo-me uma vez mais os pensamentos, tranquilizou-me:
- A febre foi do sol. O cão não mordeu muito fundo. Estava mais interessado no carapau.
Foi depois destas palavras que reparei numa ponta de cordel esondida sob a almofada e, sem pedir, puxei-o.
Ele, porém, impediu-me de tocar na concha que vinha presa ao cordel e fechou-a logo na mão.
- Desculpa o meu atrevimento - pedi.
Ele voltou a esconder a concha e o cordel debaixo da almofada e rematou:
- Agora podes ir. Amanhã já vou ter contigo. Quero dormir. Tenho um sonho para acabar.
(...)