habita aqui comigo, há já uns tempos, uma dúvida que ainda não consegui esclarecer e que me tem atormentado. não encontrei ainda resposta e quando menos espero ela vai. depois volta. depois vai e volta outra vez. eu sei que ela existe e por mais que a tente ignorar ela permanece, aqui, comigo, como se fosse um ser encantado da floresta que ninguém vê e que só eu consigo sentir. eu sei que ela cá está. só se revela em momentos como este mas no fundo nunca foi e por isso nunca pôde voltar.

oberon - (...) querido puck, vem aqui. lembras-te de quando, estando eu sentado no ressalto de um rochedo, ouvi cantar uma sereia no dorso de um golfinho (...)?
puck - lembro.
oberon - a mesma altura em que eu vi - e tu não - cupido armado, a voar entre a fria lua e a terra. tinha como alvo uma casta rainha duma ilha ocidental. disparou do arco uma seta de amor com força bastante para trespassar cem mil corações. eu fixei o sítio onde caiu a seta do cupido. caiu sobre uma florzinha, primeiro branca, agora púrpura com a ferida do amor. as raparigas chamam-lhe "amor-perfeito". traz-me essa flor. já uma vez ta mostrei. se o seu líquido for derramado sobre as pálpebras adormecidas, o homem ou a mulher apaixonar-se-á loucamente pela prmeira criatura que vir. traz-me essa flor, e volta aqui antes que uma baleia possa nadar três milhas.

in O Sonho de Uma Noite de Verão,
William Shakespeare


benditas aulas de voz...
- existe uma chávena de chá bem quente que me conforta

... e preciso dela para começar a estudar agora!
bonne nuit*