abandonar
uma palavra. nove letras; talvez um objectivo... um receio?...  não sei. eu não sei nada!
 
 

(abandonar v. t. 1. deixar para sempre 2. deixar alguém desamparado 3. renunciar a)

i'd prefer get to sleep but...

se te disser que só me apetece correr para o teu colo e agarrar-te com todas as minhas forças, o que fazes?
(pois. vou dormir! boa noite)

i want to do bad things with u


Já estava na hora! Saltei do sofá, desliguei a televisão e segui em direcção àquele que defino como sendo o meu espaço. Depois de me despir, fechei o computador e entrei na casa de banho - sem acender a luz! Já era tarde e não queria incomodar ninguém com o barulho do ventilador. Abri a porta do armário preto que está por cima do lavatório e acendi o foco, virando-o para o espelho. A casa de banho continuava escura e a torneira mal fechada deixava cair gota a gota a pouca água que ainda restava nas canalizações.
Tomei um duche rápido, hidratei a pele e vesti os boxeres que me ofereceste da última vez que estivemos juntos. Sempre que me lembro de te ver com eles, recordo as conversas, as aventuras, ... todos os nossos momentos. Talvez o tenha feito na esperança de te poder ver. Gostava que me ligasses e pedisses para te abrir a porta, que me dissesses que queres estar comigo e que estás farto de esperar debaixo da varanda.  Eu nem sequer sei porque te quero: não te amo!
Pronta a viajar, voltei para o meu quarto. Apertei o cabelo, atirei-me para o colchão, olhei para as estrelas que estavam do outro lado da janela e desliguei o candeeiro que ainda permanecia ligado! (Tudo escuro.) Agora sim, está na hora!

(ensaio n.º 1 - pt. II)


Desatei a correr. Enquanto tentava perceber o que se estava a passar, as quatros paredes que me rodeavam, pareciam querer esmagar-me. Pete!, não estás a conseguir perceber: eu tinha quase a certeza que as paredes do meu quarto eram brancas. Durante aqueles instantes era tudo preto, branco, ... tudo girava em torno do meu corpo.
Com as persianas semi-abertas, pequenos raios de sol iam entrando, fazendo com que os meus olhos se quisessem manter fechados por muito tempo... talvez para sempre, não sei. As garrafas vazias que tinha comigo começaram a partir-se como se estivessem a ser calcadas por alguém. Mas, Pete!, não havia ali "ALGUÉM"! Era só eu - eu, eu e algumas vozes vindas não sei, ao certo, de onde. Estava completamente assustada.
Para além dos desenhos estranhos e psicadélicos que via estampados na parede, via-o a ele também. Aquela cara como que projectada numa tela tentando falar comigo... Farta de o ver mexer a boca, peguei no comando da minha televisão e "PAUSA". Finalmente, o massacre terminou.

(ensaio n.º 1 - pt. I)

Hoje, definitivamente, não!
Acabei agora mesmo o meu último cigarro. Dois maços, já.
Uma de vodka também já se foi, Pete!
E se eu te disser também que ainda nem sequer desci as escadas, hoje? Isso mesmo.
Fiquei-me pelo baloiço que está na varanda e passei a manhã a admirá-las.
Que crescidas que estão! (Trato bem delas. Se não estivessem ficava bem fodida.)
Olha, não percebo porque é que ligam à Sara a perguntar por mim.
Todos sabem que não vou voltar. E tu sabes bem que a minha escola é a vida, por isso, como autodidacta que se preze, vou aprender com ela, sozinha.
Ultimamente tenho olhado pela janela e vejo tudo aquilo que me apetece - a mim, não. A Ela.
Por exemplo, imagina lá tu que agora, ao olhar pela janela, vejo a Martinha, sentada no baloiço, com um chapéu de palha, que ainda ontem não existia.
Éeeeei. Ontem falei-te sobre a cascata e sobre aquele pavão enorme que vi e hoje já nem te lembras.
Vês? É por isso que te odeio. Já nem tu me compreendes.
Fazes-me crer que posso confiar em ti e depois apercebo-me que me ignoras.
És igual a eles. Nem sequer prestas atenção ao que te digo -
Esquece! Estou farta. Vou despir-me! (...)
Assim. Nem mais.
SEM PROBLEMAS.
Tal como vim ao mundo:
Sem problemas, ... sem preocupações!
Hmmm. Que cheirinho. Parece que - (...)
Ói! Estás a ver outra vez?
A janela abriu-se. Uma montanha, agora.
- I know you! I think you need someone to want you! (...)
- Well, I do it. I want you. (...)
- So, be brave. Want me back! 

Emily in skins
season 3, episode 6.
"O prazer faz parte da existência e eu mereço vivê-lo!"
Desculpa-me se estiver errada!
Pecados capitais. Quem não os cometeu?
A campaínha tocou. Arrumei as canetas, coloquei os cadernos de novo na pasta e saí. Com a mala à tiracolo, pasta beije na mão e óculos de sol, comecei a descer a rua, em direcção à estação. Estava na hora de regressar a casa. Mais um dia de aulas!
Passadas largas, velocidade constante, um calor imenso, ...
Primeira paragem: "Boa tarde! Uma imperial, por favor. Obrigada.". Voltei a sair. Já de novo a caminho, o telemóvel tocou. Olhei para o relógio, que o avô me tinha oferecido - com aquela bracelete feita em cabedal castanho, maleável e "Oh não! A Maria.". Apertei a pasta contra o peito e acelerei o passo, cada vez mais. Tinha mesmo que estar no parque o mais rápido possível.
O comboio nunca mais passava. Acendi um cigarro. Depois outro. Depois outro, outro e outro. Finalmente chegou. Estava, literalmente, a desesperar. Entrei. Pousei as trouxas que trazia comigo, sentei-me, coloquei os phones nos ouvidos e mandei uma mensagem à Maria: "Acabei de ser desviada. Desculpa-me. Adoro-te!".
Foram 25 minutos, apenas. Dois locais. Uma viagem. Uma história!

A última carta

"É a última. Sim, é verdade. Esta é a última vez que vos escrevo.
Antes de qualquer outra coisa, quero que saibam que é por vós que o faço. É por vós. É por mim, também, mas maioritariamente por vós. Não quero e nem sequer tenho o direito de vos desiludir. Não vos posso obrigar a assistir à metamorfose, porque é exactamente isso, estou a transformar-me. "Em quê?" - perguntam vocês. A verdade é que nem eu sei. E, hoje, escrevo-vos para que não restem dúvidas: Vou partir. Partir para uma nova dimensão - espero. Algo que ainda ninguém tenha descoberto. E serei pioneira nesta minha nova vida porque existirei sózinha. Eu e um novo mundo, prontinho a ser desflorado. Estou cansada da Terra e estou cansada de vós, pessoas que se fingem de "Seres Humanos", quando na verdade são nada mais, nada menos do que simples "Fazeres Humanos". Preciso URGENTEMENTE de uma desintoxicação social. E por isso vos escrevo. Despeço-me agora de todos aqueles que amo e que me querem bem porque dentro dos próximos minutos irei ser levada para um mundo de reabilitação. Fui eu que assim o quis, prometo.
Adeus,
gosto de muito de vocês!

CatheFields
Post Scriptum: Peço, por favor, a quem a encontrar, que a divulgue e que faça valer as minhas tão sinceras palavras porque como disse, mais do que por mim, fi-lo por vós."
E é mesmo verdade! O meu corpo está a reagir. Começou a viagem. Estou, agora, a flutuar pelo nada que existe em meu redor. Uaaau! A viagem mais psicadélica de sempre. Estou prestes a par-tir e ...
(...)
MORRI, finalmente.
Moster Ball tour - Portugal ♥ EU VOU!

L Word

Convidaste-me a entrar. Abri a porta, pousei a mala e acabei pelo fazer.
Pisaste o acelerador e ...
Ali estávamos nós. Tínhamos acabado de ser teletransportadas para o espaço. Completamente desnorteadas e sem força para continuar a viagem deixamo-nos ficar ali, deslumbradas com o poder das imensas estrelas que nos acompanhavam. Pousaste a minha cabeça no teu colo e senti-te brincar com os fios do meu cabelo. Olhei-te nos olhos. Debaixo dos nossos corpos, um enorme tapete de relva flutuante começou a crescer. Não eram núvens! Estávamos agora deitadas sobre aquele perfeito imenso tapete relvado, verde, a observar as estrelas!
Uaaau. Um "L"!
A tua respiração aproximava-se cada vez mais do meu pescoço. Estavas ofegante. Comecei a desejar-te. Fizeste os teus lábios tocarem-se  nos meus. Desviei o olhar. Virei o rosto e cerrei os punhos de modo a conseguir resistir-te. Agarraste-me com força e o teu corpo foi atraído pelo meu - como se de um fortíssimo íman se tratasse. Sobre mim, beijaste-me o pescoço e foste descendo até ao meu peito. A nossa respiração tornou-se conjunta e era cada e cada vez mais forte. O meu coração estava a mil! Inverti as coisas e agora era eu quem controlava. Estava o meu sobre o teu. Mas ambos húmidos,... Quentes! Cada vez mais sedentas e sem cerimónias, fomos arrancando a roupa que cada uma de nós trazia no corpo - com os corpos assim tão suados, tinha-se tornado tarefa difícil. Agora éramos só nós. EU, TU e a forma louca como nos desejávamos.
(...) M-á-g-i-c-o! Soubeste muito bem tocar-me. Nunca ninguém o tinha feito como tu conseguiste fazê-lo. E ali não era o teu e o meu. Tinha sido exactamente o nosso. Dois corpos fundidos num só.
O corpo era igual, sabia bem o que fazer para te agradar!
- Oh meu amor, não há personagens mais apaixonadas que nós.
Não temos que encarnar qualquer papel. (...)
Tenho muito para dizer. E nada, ao mesmo tempo!

livres (?!)

"Uma gaivota voava voava: asas de vento, coração de mar. Como ela somos livres. Somos livres de voar."
Estava a chegar da escola. Pousei a mochila sobre o cadeirão, despi-me e atirei-me para o colchão. Reparei na janela que estava aberta e houve um brisa suave, quente, com cheiro a Primavera que entrou e me envolveu como se de um lençol de cetim se tratasse. Fiquei ali, ... deliciada com o cheiro a fresco que o meu quarto acabara de ser invadido.
Saltei da cama, vesti aquela t-shirt que deixaste comigo da última vez que cá estiveste. Ainda tinha o teu odor. Agarrei-a contra o meu peito e pensei Meu Deus, como é que foste capaz? Com toda a intenção foi? Peguei nos óculos de sol, que eram da mãe, que estavam em cima da cómoda branca e desci a escadas descalça com os dois chinelos na mão. Desatei a correr em direcção ao «nosso sítio». As borboletas passavam por mim e nem a cor das asas conseguia distinguir. Era tudo vago e distante. O mundo parecia parado.
Quando finalmente calquei aquele areal imenso, senti-me nas núvens. O sol não brilhava com a mesma intensidade. Agora já não te tinha comigo mas precisava de lá ir à mesma. Precisava de pensar. Aproximei-me do mar. Sentei-me e deixei cair os braços ao longo do corpo. Pousei a palma da mão na areia e depois cerrei um dos punhos com toda a força. Olhei bem para ela e à medida que ia relaxando, os grãozinhos frios e dourados escorriam por entre os dedos. Ali estavas tu. Vi-te desvanecer com o tempo sem nada poder fazer.
Pus os óculos e quando dei por ela, as minhas lágrimas já os meus lábios tinham salgado. Houve uma gaivota que, naquele instante, me sobrevoou. Como seria bom ser tão livre assim! Porque é que me dizem que o sou se me sinto presa a ti?

Shhh

Sinto-me incapaz de avançar. Estou parada no tempo. Ainda te amo.
E tu, o que sentes?

Adeus, Inverno...


Bem vinda, Primavera! ♥

Fotografias por A. Catarina Campos

sem título

Desta vez foi diferente. Voltei a desviar a cortina para poder abrir a portada. Quando pisei a primeira tijoleira da varanda senti que algo estava diferente. Algo tinha mudado.
São 7h da manhã e não faz tanto calor. Ouvem-se as gaivotas como nunca antes e, desta vez, parecem querer comunicar. Fazem pequeninas imagens no céu. É mais do que óptimo estar, assim,... aqui. Juntem-se a mim, por favor. Este não é o 207 mas... 805. Sim, é esse. É quase igual... Hmm. O cheiro é o mesmo. Os móveis são iguais. Até o tecido da cortina e das almofadas do sofá.
Lembrando-me de tudo o que cá passámos, desvio o olhar e atento na coloração feita pelo tempo das tijoleiras que cobrem o seu chão, antes branco, agora crú. Volto a olhar em frente. Uau! Só se veem prédios,... enormes. Quero ficar aqui a ouvir as gaivotas e a ver tudo isto durante mais algum tempo. É lindo. Há 24 horas acordada e agora não posso dormir. Vou mesmo ficar aqui. Shhhh,...
As gaivotas. Ouve só!

foi um sonho real

Rasgas-me a roupa sem qualquer pudor. Enquanto buscas o ar pela boca, passeias o teu cheiro no meu corpo. Por entre os braços misturo tudo. Após o prazer ficaremos mudos sem saber se é por uma noite.
Grito teu nome sem saber como será o amanhã. Foi um sonho real.
Por uma noite, KLEPTH
ANDREI - Em Moscovo, sento-me numa sala enorme de um restaurante, não conheço ninguém, ninguém me conhece, e mesmo assim não me sinto estranho. Mas aqui, conheço toda a gente, toda a gente me conhece, mas sinto-me um estranho, um estranho. Estranho e sozinho.
in Três Irmãs, Anton Tchékhov
Eu sabia que a nossa amizade não era assim tão fraca!
Adoro-te

quanto tempo mais?

Como é que conseguiste? E o nós, que existia, onde fica?
Todas as promessas ...
Não as vais cumprir, pois não? ... Eu sabia!

conseguiste partir(-me) sem dizer uma palavra


Edgar, meu príncipe!

Sentada no cadeirão, iluminado  pelo mais bonito candeeiro de pé dourado, olhei para a janela e vi as pedras da calçada, gastas pelo tempo, serem encharcadas pela chuva. O vento, mais veloz do que eu alguma vez vira, soprava e consigo levava tudo. Talvez um presságio ignorado! Havia árvores quebradas no chão e os arames já não suportavam a roupa que a Senhora Elisa tivera estendido antes de se deitar. Toda ela estava caída no chão, sobre a lama.
Como em todas as outras noites, ali estavas tu. Olhei para ti deitado na nossa cama e senti um arrepio. Estava definitivamente a precisar do teu calor. Deitada ao teu lado, ... acabei por adormecer.
Pensavas que, quando saiste, ainda dormia mas a verdade é que te vi partir sem saber se um dia ias voltar. Ouvi a porta bater e percebi que era como se tivesses dito "Adeus! Desculpa-me". Hoje tenho uma cama gigante. Sinto-me minúscula. A casa era nossa! E agora pergunto-te: "Porquê? De que me serve uma cama tão grande, agora?

so we'll


Gostava de morar na cidade. Chegar à porta principal e, depois de tirar o molho de chaves da mala, fazer rodar aquela especial!
Finalmente, a porta abre-se. Subo as escadas devagar mas não consigo evitar que soltem  alguns daqueles rangidos. Trata-se de um prédio já antigo e não existe ninguém para o remodelar. 
Com o molho de chaves ainda na mão, coloco na fechadura aquela mais antiga - tem um 79 gravado e os números são dignos de se serem chamados de perfeição. Rodo-a, agora, fazendo um pouco mais de força e ouço-a dar duas voltas «track, track». Entro em casa. Tudo normal. Tudo escuro. Os estores descidos, a cama desfeita, ... A chávena e o prato do pequeno almoço continuam em cima da mesa. Consigo ver , ainda, um bocadinho de café no fundo da chávena. Ah, e algumas migalhas.
Já depois de me ter livrado de tudo o que me acompanhava, atiro-me para o colchão, que está no chão, com os lençóis completamente torcidos, viro-me de barriga para cima e fico a admirar o meu tecto colorido pelo tempo. É hora de pôr os phones nos ouvidos e passar para outra dimensão.

... Eu gostava! Juro que sim.

to dream, dreamt, dreamt

- Mãe? Porque é que ninguém gosta dos maus das histórias e eles morrem sempre?
- Então, amor, ... porque eles fazem mal às pessoas boas e têm que ser castigados por isso.
- Mas é com eles que sonho durante a noite e é deles que me lembro sempre que me falam nas histórias que tu me contas... Se eu for um dos maus, as pessoas lembrar-se-ão de mim? Elas vão sonhar comigo, não vão?  (...)
  
É que ... Sabes, ... eu quero muito que sonhem comigo!

oh happy day #2

Está na hora de ir beber o meu cházinho, colocar os phones nos ouvidos, deitar a cabeça na almofada e só voltar a acordar amanhã de manhã quando o despertador tocar.
Amanhã é dia de passear no Porto com a melhor amiga

unreal

Acabei de chegar e dei por mim, sentada no chão com pernas à chinês, sem conseguir perceber, ainda, se afinal a palavra chá e barulho ainda combinam.


hola

Eram quase quatro. Toquei na campainha, entrei e pousei as quatro mochilas que trazia comigo. Ouvi o computador bater no chão e pensei que seria melhor voltar a pô-lo em cima da mesinha preta, no meu quarto. Prendi o cabelo, vesti o pijama e algo me fez lembrar "É agora que tenho que arrumar tudo aquilo que trouxe". Abri as três mochilas que ainda estavam fechadas e virei-as de pernas para o ar - uma a uma, até tudo o que lá estava dentro cair sobre o tapete cor-de-rosa que está ao lado da janela. Afinal, depois de ver tudo espalhado no chão, parecendo o cenário de alguma catástrofe, decidi que era hoje o dia de pôr tudo no seu devido lugar. (...) Deitei-me, adormeci e, hoje, quando acordei, já nada estava lá.

oh happy day #1

Hoje estou, particularmente, feliz.
Comi bacalhau com natas - ao almoço - e lasanha - agora, ao jantar. Fui ao ginásio durante a tarde e neste momento sinto-me bonita.
Bem, muitos beijinhos :3

RIP

REST IN PEACE ALEXANDER

piiiiii ..


... hoje não há nada a dizer, é dia de Carnaval nas escolas.
B: Não me vais seduzir? Preciso de ser seduzido por uma mulher mais velha.
M: Eu não sou uma mulher mais velha.
B: Mais velha do que eu, não mais velha em si.
C: Apaixonaste-te por uma pessoa que não existe.
A: Uma tragédia.
B: Realmente.
M: Ah pois é.
A: O que é tu queres?
C: Morrer.
B: Dormir.
M: Mais não.
A: E o motorista do autocarro perde a paciência, pára o autocarro no meio da rua, larga o volante, tira a roupa e começa a andar rua abaixo. Com o seu lindo rabinho a brilhar ao sol.
B: Eu bebo até ficar enjoado.
C: Onde quer que eu vá, vejo-o. Sei a matrícula, conheço o carro, ele pensa que eu não sei?
A: Nunca tens tanta força como quando sabes que não tens força nenhuma.

in Falta,
Sarah Kane
Nunca, a minha almofada, absorveu tantas lágrimas.
apetece-me gritar bem alto: odeio-te!
habita aqui comigo, há já uns tempos, uma dúvida que ainda não consegui esclarecer e que me tem atormentado. não encontrei ainda resposta e quando menos espero ela vai. depois volta. depois vai e volta outra vez. eu sei que ela existe e por mais que a tente ignorar ela permanece, aqui, comigo, como se fosse um ser encantado da floresta que ninguém vê e que só eu consigo sentir. eu sei que ela cá está. só se revela em momentos como este mas no fundo nunca foi e por isso nunca pôde voltar.

oberon - (...) querido puck, vem aqui. lembras-te de quando, estando eu sentado no ressalto de um rochedo, ouvi cantar uma sereia no dorso de um golfinho (...)?
puck - lembro.
oberon - a mesma altura em que eu vi - e tu não - cupido armado, a voar entre a fria lua e a terra. tinha como alvo uma casta rainha duma ilha ocidental. disparou do arco uma seta de amor com força bastante para trespassar cem mil corações. eu fixei o sítio onde caiu a seta do cupido. caiu sobre uma florzinha, primeiro branca, agora púrpura com a ferida do amor. as raparigas chamam-lhe "amor-perfeito". traz-me essa flor. já uma vez ta mostrei. se o seu líquido for derramado sobre as pálpebras adormecidas, o homem ou a mulher apaixonar-se-á loucamente pela prmeira criatura que vir. traz-me essa flor, e volta aqui antes que uma baleia possa nadar três milhas.

in O Sonho de Uma Noite de Verão,
William Shakespeare


benditas aulas de voz...
- existe uma chávena de chá bem quente que me conforta

... e preciso dela para começar a estudar agora!
bonne nuit*