oberon - (...) querido puck, vem aqui. lembras-te de quando, estando eu sentado no ressalto de um rochedo, ouvi cantar uma sereia no dorso de um golfinho (...)?
puck - lembro.
oberon - a mesma altura em que eu vi - e tu não - cupido armado, a voar entre a fria lua e a terra. tinha como alvo uma casta rainha duma ilha ocidental. disparou do arco uma seta de amor com força bastante para trespassar cem mil corações. eu fixei o sítio onde caiu a seta do cupido. caiu sobre uma florzinha, primeiro branca, agora púrpura com a ferida do amor. as raparigas chamam-lhe "amor-perfeito". traz-me essa flor. já uma vez ta mostrei. se o seu líquido for derramado sobre as pálpebras adormecidas, o homem ou a mulher apaixonar-se-á loucamente pela prmeira criatura que vir. traz-me essa flor, e volta aqui antes que uma baleia possa nadar três milhas.

in O Sonho de Uma Noite de Verão,
William Shakespeare

4 comentários:

  1. Bem vinda de novo Catarina, já tinha saudades do teu blog :)

    Este excerto está lindo!!

    beijinho

    ResponderEliminar
  2. eu vou bastantes vezes a famalicão e a guimarães :b
    é, também acho. das melhores mesmo

    ResponderEliminar
  3. oh catarinha antes de mais deixa que te diga que adorei este excerto *.*

    (desculpa só ter respondido agora mas é que, sinceramente não tenho ligado nadinha a isto, como já deves ter reparado pelo meu blog,mesmo assim sempre que vou ao meu blog é religioso que tenho de vir ao teu ver as novidades :b)

    ResponderEliminar
  4. Afinal sempre há alguma motivação para a peça, ainda que seja uma mera admiração por este excerto : )

    ResponderEliminar