(ensaio n.º 1 - pt. I)

Hoje, definitivamente, não!
Acabei agora mesmo o meu último cigarro. Dois maços, já.
Uma de vodka também já se foi, Pete!
E se eu te disser também que ainda nem sequer desci as escadas, hoje? Isso mesmo.
Fiquei-me pelo baloiço que está na varanda e passei a manhã a admirá-las.
Que crescidas que estão! (Trato bem delas. Se não estivessem ficava bem fodida.)
Olha, não percebo porque é que ligam à Sara a perguntar por mim.
Todos sabem que não vou voltar. E tu sabes bem que a minha escola é a vida, por isso, como autodidacta que se preze, vou aprender com ela, sozinha.
Ultimamente tenho olhado pela janela e vejo tudo aquilo que me apetece - a mim, não. A Ela.
Por exemplo, imagina lá tu que agora, ao olhar pela janela, vejo a Martinha, sentada no baloiço, com um chapéu de palha, que ainda ontem não existia.
Éeeeei. Ontem falei-te sobre a cascata e sobre aquele pavão enorme que vi e hoje já nem te lembras.
Vês? É por isso que te odeio. Já nem tu me compreendes.
Fazes-me crer que posso confiar em ti e depois apercebo-me que me ignoras.
És igual a eles. Nem sequer prestas atenção ao que te digo -
Esquece! Estou farta. Vou despir-me! (...)
Assim. Nem mais.
SEM PROBLEMAS.
Tal como vim ao mundo:
Sem problemas, ... sem preocupações!
Hmmm. Que cheirinho. Parece que - (...)
Ói! Estás a ver outra vez?
A janela abriu-se. Uma montanha, agora.

5 comentários:

  1. Volta! Foi a única palavra que consegui pensar ao ler o teu escrito. :)

    Um beijinho do teu príncipe,
    Edgar Alves

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  2. Escreves como ninguém. Transmites coisas inexplicaveis. Com um beijo, ac*

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