Ontem à noite voltei a ver o JB. Tentei não ir para a cama com ele mas o meu desejo era demasiado forte. Quando fomos para casa dele, soube que tinha de ganhar coragem para conversar com ele. Não podia entrar no Novo Ano sem saber como estavam as coisas. Isto está a dar-me cabo da cabeça.
Como se soubesse no que estava a pensar, foi ele o primeiro a abordar o assunto, mesmo a seguir a termos caído exaustos sobre a cama dele depois de uma longa e maravilhosa foda.
- Então, tiveste alguma acção natalícia? - perguntou-me.
- O que queres dizer?
- Tu sabes. Fodeste alguém?
Fiquei surpreendida por me ter perguntado isso. Com certeza que saberia que agora eu só queria estar com ele. Poderia pensar mesmo que eu quereria estar com outro homem?
- Não - respondi-lhe baixinho. Tu és a única pessoa com quem tenho dormido nos últimos tempos.
Ele ficou calado durante algum tempo.
- Há alguém de quem gostes, com quem queiras foder?
- (Não, só tu. Estou a apaixonar-me por ti e gostaria que tu te estivesses a apaixonar por mim.) Não - disse eu, ainda mais baixinho. Mesmo ninguém. E tu?
Abanou a cabeça. Não.
Perguntei-me porque teria perguntado aquilo. Talvez estivesse só a ser amigável e a fazer conversa. Mas talvez houvesse a possibilidade de ele também sentir algo mais por mim e de estar a apalpar terreno para ver se eu levava a relação a sério. Era agora ou nunca.
Por isso respirei fundo e perguntei-lhe o que queria ele ao estar comigo.
Hesitando um pouco, ele disse-me que não tinha a certeza mas que o instinto dele lhe dizia que nada aconteceria entre nós, que ele não via um futuro comigo.
Senti-me a ficar sem reacção. 
O JB segurou-me na mão e depois perguntou-me o que queria dele.
Foi então que senti os meus olhos marejarem-se de lágrimas. Não pude evitá-lo.
- Eu... Eu tinha pensado que talvez pudéssemos começar qualquer coisa - disse eu, tentanto não o olhar nos olhos com medo de que, se o fizesse, as lágrimas jorrassem dos meus. Comecei a aperceber-me que gosto de ti, que quero mais do que apenas uma amizade e isto - gesticulei em direcção aos nossos corpos unidos.  Mas creio que não.
O JB segurou-me na mão, desta vez com mais força.
- Abby, lamento. Não é que não haja atracção entre nós - é óbvio que há. Eu gosto muito de ti, tu és uma óptima companhia. Mas eu não sinto aquilo... a química... quando temos a certeza de que nos queremos envolver com alguém. Não sinto isso. E já pensei muito nisto, já ponderei a questão, mas não aconteceu, Desculpa.
Mordi o lábio, para impedir as lágrimas de caírem. Elas poderiam cair mais tarde, quando eu estivesse sozinha.
- Eu percebo - disse-lhe eu, com muita calma, como se fosse a coisa mais normal e descontraída do mundo ser rejeitada por alguém de quem gostamos muito. Não faz mal. Eu fico bem.
Ele sorriu-me.
- E continuaremos amigos, certo?
(Assenti com a cabeça, pensando: mas já não podemos ser amigos coloridos, não consigo lidar mais com isso.)
Beijámo-nos e deixámo-nos estar abraçados. Enquanto me deixava dormir, senti uma grande mistura de emoções: alívio por finalmente saber como estavam as coisas entre nós, frustrada por não poder continuar a fazer sexo fantástico com ele e tristeza por ele não querer estar comigo.
Sei que é estúpido e que devo concentrar-me em coisas positivas, mas quando me enrosquei junto a ele, não pude impedir-me de pensar: o que há de errado em mim, para ele não querer estar comigo?

em Rapariga de Ideia Fixa por Abby Lee

3 comentários:

  1. ele nao quer estar contigo pq te ve como uma rameira....so serves pa foder...um gajo quer uma senhora a mesa e uma louca na cama...

    capiche?

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  2. -.-'

    ** excerto retirado do livro Rapariga de Ideia Fixa escrito por Abby Lee

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