(ensaio n.º 1 - pt. II)


Desatei a correr. Enquanto tentava perceber o que se estava a passar, as quatros paredes que me rodeavam, pareciam querer esmagar-me. Pete!, não estás a conseguir perceber: eu tinha quase a certeza que as paredes do meu quarto eram brancas. Durante aqueles instantes era tudo preto, branco, ... tudo girava em torno do meu corpo.
Com as persianas semi-abertas, pequenos raios de sol iam entrando, fazendo com que os meus olhos se quisessem manter fechados por muito tempo... talvez para sempre, não sei. As garrafas vazias que tinha comigo começaram a partir-se como se estivessem a ser calcadas por alguém. Mas, Pete!, não havia ali "ALGUÉM"! Era só eu - eu, eu e algumas vozes vindas não sei, ao certo, de onde. Estava completamente assustada.
Para além dos desenhos estranhos e psicadélicos que via estampados na parede, via-o a ele também. Aquela cara como que projectada numa tela tentando falar comigo... Farta de o ver mexer a boca, peguei no comando da minha televisão e "PAUSA". Finalmente, o massacre terminou.

3 comentários: